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Movimentum - Arte e Cultura

Movimentum - Arte e Cultura foi criado em Novembro de 1993. Ao longo destes 14 anos desenvolvemos trabalhos nos campos da Poesia, Artesanato, Exposições e Certames Culturais. Este blog pretende dar-lhe a voz que tem direito.

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Movimentum - Arte e Cultura

27
Jul05

Chegou a chuva... finalmente!

zeca maneca
rain dancer.jpg
(Imagem surripiada ao "O Blog da Pimentinha" - http://sabem.blogspot.com/)

Neste dia em que a água caída do céu fez, finalmente, a alegria da terra seca, das folhas amarelecidas pela seca e dos pólens que não chegavam a repousar em paz (já para não falar no consolo que senti ao acariciar-me o rosto sedento deesta frescura) lembrei-me de uma história contada há algum tempo...

AS VOLTAS QUE A ÁGUA DEU...

Como todos sabem, no princípio não havia água. Só havia o verbo. Depois apareceram o sujeito e o complemento directo. Mas ... água, nada! Sim, nada de nada!!
Todos começaram a beber vinho — era o que havia!!— e deus achou que era muito bom... ai, e lá isso era!!
Com o aparecimento das primeiras culturas do tipo comercial, tornou-se evidente que faltava qualquer coisa que pudesse aumentar a produção do vinho e torná-la mais rentável. Essa “qualquer coisa” era a água, claro!!
Mas continuava a não haver água e era necessário fazer-se rapidamente alguma coisa...
Foram contratados os maiores e melhores cientistas a nível mundial que puseram logo as suas mentes, pagas a preço de euros, a trabalhar em pleno, dia e noite, noite e dia (feriados e fins de semana incluídos!)...
As primeiras pesquisas, então ainda bastante primitivas, levaram à descoberta da água-pé. Parente pobre do vinho, só tem significado como primeira experiência desenvolvida pelo homem, mas não veio resolver o fim em vista: continuava a não haver água e era preciso, rapidamente, inventá-la!!
As pesquisas prosseguiram. Felizmente o homem é assim: teimoso que nem burro, mas nunca desiste! É isso que faz o progresso caminhar em frente (em frente é como quem diz...).
Largos tempos se passaram, as pesquisas desenvolviam-se com afinco, e chegou-se a nova descoberta: a aguardente!... Um produto melhor, muito melhor (experimentada no final das refeições pelos ditos cientistas), fortemente comercializável, mas não era ainda o objectivo desejado: continuava a faltar a água e, no sentido lato das economias dos países signatários do acordo, que falta ela estava a fazer!!!
Foi então que as civilizações nómadas, mais débeis economicamente, quiseram também dar um ar da sua graça: descobriram (diz-se que acidentalmente) a água-bórica. Nunca serviu para nada, do ponto de vista do projecto inicial!
Bem... os nómadas, no fim de uma jornada intensiva de trabalho, lá iam desinfectando com este produto os seus sapatos, vítimas inocentes do mau estado dos caminhos que calcorreavam no dia a dia das suas vidas... coisas lá dos nómadas!!!
Foi então que, no seio das culturas orientais, mais avançadas económica e tecnologicamente para a época, surgiu a grande invenção: um misterioso pó branco. Feito não se sabe bem de quê, mas bastava uma só pitada num pouco do ar à nossa volta, que o convertia, quase que por milagre, em litros e litros de água fresca e cristalina!

Estava, finalmente, inventada a água!

Foi, no princípio, usada exclusivamente para fazer vinho — ontem como hoje nem só de uvas se faz vinho! —...
Tornou-se, no entanto, com o desenvolvimento industrial - que de repente invadiu todo o planeta - bastante acessível e abundante.
Foi então que as grandes empresas internacionais, na mira do lucro fácil e da exploração dos povos mais primitivos, começaram a erguer os primeiros lagos e se deu início à construção dos rios mais pequeninos. Mais tarde, e porque faltavam estradas — e já se pensava, em termos de futuro, nas auto-estradas e na aldeia global — começaram a surgir os rios maiores e aqueles muito, muito grandes que, ao que se consta, já muitas pessoas os viram por aí...
Este desenvolvimento líquido teve como consequência o aparecimento de poderosas civilizações marítimas, que se desenvolveram de tal maneira e de forma tão rápida que nos puseram neste brilhante estado em que todos nos encontramos!!!

É o que fazem as invenções!... E o uso que se fazem delas!!

No entanto, e mesmo com a actual abundância, não devemos abusar dela, dada a tremenda explosão demográfica que se está a registar um pouco por todo o lado e os efeitos secundários que este produto pode provocar aos incautos dos utentes (por isso, antes de a usar, não se esqueçam de consultar o folheto que a acompanha. Em caso de dúvida ou se os efeitos persistirem, deve informar o seu médico ou o farmacêutico).

Por isso, dizem-nos os cientistas encarregues do projecto, é mais prudente e mais seguro beber-se gin.
De preferência sem água...



José Gomes
(Versão livre do texto de Wilson Gasosa)

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