Noites de Poesia em Vermoim - 3 de Março 07
Sábado
3 Março 2007
21,30 horas
Meu amor, não venhas tarde
Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim
Lugar da Igreja - 4470-303 Maia
Foi um Inverno triste, chuvoso, que deixou marcas profundas, na terra e, especialmente, no coração! Nesta estação do ano em que tudo renasce das cinzas como a Fénix da lenda, fica aqui, numa esperança de renovação, esta Ode à Primavera, como um grito de esperança:
– “Meu amor não venhas tarde!”
POEMAS À PRIMAVERA
A FONTE Com voz nascente a fonte nos convida A renascermos incessantemente Na luz do antigo sol nu e recente E no sussurro da noite primitiva. Sophia de Mello Breyner QUADRAS POPULARES Tome lá, minha menina, O ramalhete que fiz. Cada flor é pequenina, Mas tudo junto é feliz. Teu vestido, porque é teu, Não é de cetim nem chita. É de sermos tu e eu e de tu seres bonita. Andorinha que vais alta, Porque não me vens trazer Qualquer coisa que me falta E que te não sei dizer? Água que passa e canta É água que faz dormir... Sonhar é coisa que encanta, Pensar é já não sentir.
Fernando Pessoa | ANUNCIAÇÃO Surdo murmúrio do rio, a deslizar, pausado, na planura. Mensageiro moroso dum recado comprido, di-lo sem pressa ao alarmado ouvido dos salgueirais: a neve derreteu nos píncaros da serra; o gado berra dentro dos currais, a lembrar aos zagais o fim do cativeiro; anda no ar um perfumado cheiro a terra revolvida; o vento emudeceu; o sol desceu; a primavera vai chegar, florida. Miguel Torga GLÓRIA Depois do Inverno, morte figurada, A primavera, uma assunção de flores. A vida Renascida E celebrada Num festival de pétalas e cores. Miguel Torga |
José Gomes
3 Março de 2007
Temas:
Meu amor não venhas tarde
Livre
Colaboração Musical:
- “Trio da Filarmonia” – Cláudia, Bárbara e Pedro
Organização, apresentação e coordenação:
MEU AMOR, NÃO VENHAS TARDE
Se te digo que te espero
Se insisto em te falar
Se conto que desespero
Se te não posso abraçar
Afirmo, sem te mentir
Enquanto o meu peito arde
Que sou capaz de pedir
Meu Amor, não venhas tarde!
Se te falo da tristeza
E da dor de te não ver
Se te digo, com firmeza
O medo de te perder
É porque esta paixão
Me abrasa e me devora
Meu bem, quando vais embora;
E chora o meu coração
Por não te saber dizer
Tudo assim, de viva voz
Este segredo entre nós
Fala por mim, já se sabe;
Mas sou capaz de pedir
Ao ouvido, sem alarde
Sem temor de repetir
Meu Amor, não venhas tarde!...
Maria Mamede
Colaboração:
Junta de Freguesia de Vermoim - Paróquia de Vermoim
Este é o programa a ser distribuído na próxima sessão de "Noites de Poesia em Vermoim...", no sábado, dia 3 de Março, pelas 21,30 horas.
Contamos com a vossa presença.
Divulguem esta iniciativa!
José Gomes