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Movimentum - Arte e Cultura

Movimentum - Arte e Cultura foi criado em Novembro de 1993. Ao longo destes 14 anos desenvolvemos trabalhos nos campos da Poesia, Artesanato, Exposições e Certames Culturais. Este blog pretende dar-lhe a voz que tem direito.

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03
Set07

Noites de Poesia em Vermoim – a reportagem de 1 de Setembro 07

zeca maneca


(Reportagem da Noite de 1 de Setembro de 2007)
 

As portas do Salão Nobre da Freguesia de Vermoim abriram-se nesta noite cálida de Verão para receber os poetas e os amigos da Poesia. Os sorrisos sucederam-se aos abraços e contaram-se algumas “aventuras” das férias, antes de se dar início à Sessão.

 

Uma Noite de Poesia em que o tema “Estação das marés-vivas” conseguiu induzir uma brisa refrescante e romântica aos poetas que intervieram.

 

JG abriu a Sessão cumprimentando os presentes neste regresso de férias e justificou a ausência dos “Sons do Vento” que foram substituídos por José Silva, que nos encantou com interpretações de Adriano Correia de Oliveira e José Afonso.

 

Maria Mamede iniciou a “Noites de Poesia em Vermoim” com a leitura do texto poético de Paulo Sérgio. Seguiram-se poemas lidos pelos poetas Armindo Cardoso, Adérito Morais, Maria Mamede, Avelino Fernando, Fernanda Garcias, João Diogo (Poesia na Net – lido por José Gomes), Jaime Gonçalves, Ferreira da Costa, José Gomes e Teresa Gonçalves.

Desta primeira parte escolhi o poema de Avelino Fernando:


 

Estação das marés-vivas

 
Sentei-me nos rochedos a contemplar
Aquela massa líquida imensa
Deixando o pensamento divagar
Pois a alma também pensa
 
Agitada, se atirava com força
De encontro à costa
Me fazendo lembrar a menina moça
Contrariada e sem resposta
 
Momentos de tristeza me assaltaram
Mas de alegria também
Por tudo o que me levaram
Mas eu ainda estou aqui meu bem
 
Quanto sábia é a mãe natureza
Pois tem tudo em harmonia
Só o humano na sua realeza
Não percebeu como ela o desafia
 
Percorri tanto mar
Atravessei-o no meu veleiro
Enfrentei marés-vivas
Mas não consegui ser pioneiro
 
Estamos na Estação das marés-vivas
Estamos para mudar de Estação
Gosemos férias repartidas
Pois ainda reina o verão.
 
Avelino Fernando
(Poema declamado pelo autor, nesta Sessão).
 
 

José Silva substituiu “Sons do Vento” que, por motivos imprevistos não puderam estar presentes. Adriano  Correia de Oliveira e Zeca Afonso foram recordados pela voz deste amigo. Começou por cantar Adriano, chamando a atenção para o 25 º aniversário da sua morte que terá lugar no próximo dia 16 de Outubro.

 

 
Erguem-se muros

Música:
Adriano Correia de Oliveira
Letra: António Ferreira Guedes
 
Erguem-se muros em volta
do corpo quando nos damos
amor semeia a revolta
que nesse instante calamos
 
Semeia a revolta e o dia
cobrir-se-á de navios (bis)
há que fazer-nos ao mar
antes que sequem os rios
 
Secos os rios a noite

tem os caminhos fechados (bis)

Há que fazer-nos ao mar
ou ficaremos cercados
 
Amor semeia a revolta
antes que sequem os rios...
 
No tema “Livre” colaboraram os poetas Armindo Cardoso (com um poema evocativo ao poeta Castro Reis), Fernanda Garcias, Adérito Morais, Maria do Céu Guedes (com um poema evocativo ao poeta Castro Reis), António Castilho Dias, Avelino Nogueira, Jaime Gonçalves, Ercília Freitas, José Gomes, Teresa Gonçalves, Ferreira da Costa e Maria Mamede.
 

Ferreira da Costa
(Vídeo com a declamação de "Corridinho", por Ferreira da Costa).
 
 

ESTA VIDA É UM CORRIDINHO

 
A vida é um corridinho,
Corre, corre, sem parar,
Dés que um homem vem ao mundo
Té que vai a enterrar.
Nasce a gente e de repente,
Corre este risco sem par,
De morrer logo à nascença
Ou de ter que cá ficar.
 
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
 
Em miúdo corre e chora
Prá mãe lhe dar de mamar
Depois pula, rasga e estraga,
Pelos jardins a brincar.
Corre depois para a escola,
Corre aos livros pra estudar,
Corre depois na parada,
Quando vai pra militar.
 
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
 
Corre o tempo e volta à terra,
Com ideias de casar.
Corre logo ao bailarico,
Corre à procura dum par.
Correm banhos na igreja.
Corre a nova no lugar,
Té que um dia mai-la noiva,
Correm ambos pró altar.
 
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
 
Correm dias bem felizes,
Correm horas de bem-estar,
Pois num berço pequenino,
Está um bebé a chorar.
Mas passados anos correm
dez pimpolhos no seu lar
Corre-lhe o suor em bica,
Pra família sustentar.
 

Corre, corre, corridinho.

Corre, a vida sem parar.

 
Corre aqui, pede acolá,
Corre ao prego pra pagar
ao padeiro, ao merceeiro,
pra vestir e pra calçar.
Corre um mês e outro mês,
E ele, aflito, pra arranjar,
com que pague a casa, a luz
e ao doutor que o vai tratar.
 
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
 
Já cansado de correr,
Certo dia, ao levantar,
Corre-lhe um frio plo espinhaço,
Corre à cama e dá-lhe um ar.
Corre o pranto na família,
Corre a gentinha a espreitar.
A correr vem um anjinho
que logo o leva plo ar.
 

Corridinho, corridinho,

Lá vai ele a aboar.

Corridinho, corridinho,

Lá vai ele a aboar.

 
Corridinho chega ao céu,
Bate à porta pra entrar,
Corre S. Pedro a abrir,
Pró caminho lhe indicar.
— Corre já pra'quela nuvem
Que é ali o teu lugar,
Pois no fim desta corrida
tens direito a descansar.
 

Corridinho, corridinho,

Lá vai ele a aboar.

Corridinho, corridinho,

Lá vai ele a aboar.

 

Fernando Santos, Almeida Amaral, João Villaret, Frederico Valério

 
 

O tema proposto para a próxima Noites de Poesia em Vermoim (dia 6 de Outubro, pelas 21,30 horas) é “Já se malhou a colheita”.

 
Cá vos esperamos em Outubro!
 
José Gomes
 




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